quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Uma e Vinte e Dois.

A vida, sendo pensada, sendo vivida, sendo lutada, sendo apreciada é um passo para estar nela. Às vezes estamos em locais distantes, porém com o coração inundado de saudade da terra natal, e este sentimento nostálgico é ao mesmo tempo massacrante e reconfortante. Querer ir sem pode se mover, querer se deslocar e estar com as pernas endurecidas, os ombros cansados e a cabeça a mil.

Sonhos, objetivos, crenças e fé. Um turbilhão de sentimentos confusos, disformes e surreais.

Como é difícil viver. Será que viver é mesmo difícil? Onde está a dificuldade? Você já parou e pensou que está pensando? Somos muito rápidos em formular questões e deveríamos ser rápidos também em formular respostas plausíveis, coerentes, racionais, adequadas.

Na calada da madrugada vejo seres perambulando, hiper ativos, buscando sanar erros cometidos no passado, buscando correr para não serem novos “erradores” no futuro. Nada contra esses seres, nada contra “erradores”, nada contra acertadores. Só sei que nada acontece por acaso. E que se almejamos crescer, evoluir é necessário desbravar florestas densas, túneis escuros, cavernas apertadas.

Neste momento já não sou mais aquele que era às “Uma e Vinte Dois”, sou agora “Uma e Quarenta e Seis”, e a cada passo que sou, não sou mais eu para ser outro ser que busco ser. Esta busca é incessante, é inconstante. Isso é ser gente! Esta é a diferença que estabeleço entre ser gente e ser máquina. Não posso dizer que conheço a alma de uma máquina, até porque não busco ser ela, posso dizer que buscando ser humano estou buscando constantemente não ser máquina, então não preciso me preocupar em ser máquina, pois me preocupando em ser gente já resolvo esta questão. Mas tenho consciência que muita gente é máquina mesmo pensando que é gente. Se ao menos fossem máquinas produtivas, porém muitas dessas máquinas apenas fazem barulho e ocupam espaço.

Já não sou mais aquele que era às “Uma e Vinte e Dois”, nem mesmo aquele que era às “Uma e Quarenta e Seis”, e você quem é agora?

Alexandre Pasqüelli.