
Um grande encontro, não só com a artista, não só com seu “método” de se fazer teatro, não só com a essência deste trabalho, mas sobretudo do encontro humano entre 42 pessoas, ali num pequeno Teatro dentro de uma pequena Escola de Arte, localizada na pequena Osasco, situada na pequena Grande São Paulo, que faz parte da pequena cidade chamada São Paulo, que está circunscrita no pequeno Estado intitulado São Paulo, da província em vias de (r)evolução chamada Brasil. Ali, onde corpos que foram convidados a se relacionarem aconteceu o que parece o mais difícil de se acontecer fora dele. Disponibilidade. Sem pressa. Atemporalidade.
Ouvir a voz dissonante de Stoklos, com suas cadências variadas, nos afetando com seu jeito peculiar de problematizar, de instruir, de te lançar neste universo crítico, retirando de você aquelas amarras, aqueles grilhões que há séculos as propagandas ideológicas insistem em encobrir o que a maioria nem pensa que existe, ou se pensa, acha que é protagonista de suas escolhas.
Deslocar-se no espaço, deixando seu corpo preencher e “despreencher” estes e outros espaços, tendo consciência da gravidade que te puxa, que te força a dirigir-se ao chão... pois só existe movimento, só existe gesto, só existe teatro porque existe a gravidade. A gravidade é a mola propulsora do movimento, sem ela a matéria é inerte. Louvemos a gravidade em todos os sentidos, pois vivemos momentos graves... gravíssimos... urgentes. É por isso que o teatro existe. É para isso que o teatro existe. Para questões urgentes!
Que maravilha compartilhar experiências com atrizes, atores, todos eles criadores. Experiência singular que deixou marcas, sulcos profundos em corpos, mentes, corações, almas ali presentes.
Obrigado Stoklos por jogar as sementes e torço para que muitos de nós que estivemos ali presentes, possamos encontrar nossos caminhos de forma essencial ou por outros vieses artísticos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário